sexta-feira, 30 de março de 2012

O giro da Folia

A Festa do Divino é do povo, para o povo e feita pelo povo. É assim que podemos demonstrar como é a participação da comunidade nessa festa, pois o povo participa e coopera da melhor forma possível em troca de apenas receber os dons do Espírito Santo.
A duração da festa é de 10 dias, contando com a novena que encerra na véspera do Pentecostes. São 10 dias que a maioria da população se veste de vermelho, nem que seja apenas uma camiseta, mesmo que seja de festas anteriores, os fiéis sempre priorizam por essa cor.
Mesmo com as grandes contribuições, a igreja prova que no final da festa o rendimento sempre é pequeno, pois é servido refeição dois dias para em torno de dez mil pessoas e o gasto é alto com a ornamentação, banda de música, sonorização, entre outros.
Esta é uma festa tradicional de Formosa e importa inclusive pessoas de outras cidades ou estados, os quais vêm exatamente para cultuar o Divino Espírito Santo.
O dia maior é o sábado da Folia de Rua, onde o povo prova a sua fé, alguns percorrendo todo o dia com os devotos andando descalços, cantando e alegrando pelas bênçãos dantes recebidas e em busca de revigorar os dons oferecidos pelo Divino Espírito Santo.
A Folia de Rua começa às quatro horas da manhã com a alvorada, tocada pelos músicos acompanhados por foguetes e até carros de som. Cabe lembrar que a alvorada ocorre em todos os dias da festa, sendo considerada como o Despertar pelo Divino Espírito Santo.
A alvorada do dia da Folia de Rua termina no divinódromo onde é servido o café da manhã, onde para ter a magnitude desse café da manhã, para o ano de 2008 foram providenciados 30.000 biscoitos, 350 litros de leite e 25 kg de café.
Após o café, o cortejo de foliões se dirige à Catedral, onde é celebrada uma bela missa, seguida da bênção das bandeiras. Nesse momento, são escolhidas algumas pessoas de boa índole responsáveis por coletar dízimos para apoiarem no pagamento das espessas contas. A
multidão segue em cortejo pelas ruas da cidade, em um mapa previamente montado, fazendo inclusive algumas paradas durante esse percurso, entrando nas casas com a bandeira para abençoar a casa e a família. É interessante perceber a devoção, onde os fiéis cortejam prostrando de joelhos e beijando respeitosamente a bandeira, isso em uma sequência frenética de todos os moradores da casa. Em algumas casas, como é o caso da família de Nenem Araújo e outros, é servido um lanche para todos que estão no cortejo, sendo assim em praticamente todas as
paradas. A devota Neima Santos sempre diz que “o Divino é de fartura, por isso tantas comidas, muitas vezes multiplicadas pelo próprio Divino Espírito Santo”.
Após o giro da manhã, onde geralmente acontece o encontro das folias da roça e da cidade, tem também o almoço, geralmente calculado para mais de sete mil pessoas, tudo com fartura. Vamos contemplar o que foi gasto em 2008:
· 55 vacas (50 para o almoço e 5 para a paçoca);
· 1.000 kg de arroz;
· 12 sacas de 60 kg de feijão;
· 10 sacas de 60 kg de farinha (paçoca);
· 160 kg de macarrão;
· 75 caixas de óleo;
· 1.000 litros de refrigerante;
· 600 kg de doces;
· 10.000 pratos descartáveis;
· 10.000 copos descartáveis;
· 10.000 garfos ou colheres descartáveis.
Salada
· 15 caixas de cenoura;
· 50 caixas de tomate;
· 10 caixas de pimentão;
· 365 maços de couve;
· 500 maços de cheiro verde;
· 04 sacas de cebola.
Após o almoço, os devotos retornam para as ruas, chegando geralmente às 19:00hs na Catedral para a missa. Sempre depois da missa, muita festa com barraquinhas, bingos, leilões e o bingão.

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